Os terremotos que ocorreram no Haiti nos últimos dias impressionaram boa parte do mundo e mobilizou populações inteiras a ajudar o país devastado. Dinheiro, comida, remédios, soldados...tudo foi enviado à Porto Príncipe a fim de amenizar o caos da situação que se instalou por lá.
Uma atitude admirável, se não fosse por um detalhe que, ao que parece, foi esquecido pelos brasileiros e pela mídia nacional: O Brasil também sofre com catástrofes naturais. Hoje, não se ouve mais falar sobre o desastre em Angra dos Reis na virada do ano e muito menos como a cidade está devastada desde então. Aqui, também sofrem com doenças, desalojamento e perdas de entes queridos, sem contar a perda material.
Ok, ok, sejamos ponderados: não houve em Angra, mais de 200 mil mortes como no país caribenho. Se não me engano, o total de mortes na cidade carioca foi de 52. Mas, a meu ver – e veja bem, esta é uma opinião pessoal – o Brasil deveria priorizar as tragédias nacionais e, uma vez solucionadas (ou ao menos, caminhando para a estabilização), prestar socorro aos outros países.
Não sou contra a ajuda do Brasil ao Haiti, que fique bem claro. Como disse no início do texto, é uma ação admirável. Só não acho que por isso, o país deva se esquecer dos próprios problemas. Solidariedade e compaixão não são medidas em balança, logo, independentemente do número de mortos, toda ajuda é bem-vinda, seja ela muita ou pouca. O que não pode acontecer, é dar preferência a uma e esquecer-se do próprio povo.
Clarisse Simão