sexta-feira, 26 de março de 2010

A Informação na Era Digital

O texto de Wilson Dizard Jr., “Comunicação de Massa na Era da Informação”, foi escrito em 2000. Desde aquela época, a Internet chamava a atenção de todos e preocupava as grandes – e pequenas – empresas midiáticas acerca do seu destino. Dizard faz uma previsão do que vivenciamos hoje: o futuro incerto dos MCMs (Meios de Comunicação de Massas) tradicionais e a Internet como meio de informação.

Ao longo dos anos, o avanço da tecnologia sempre causou polêmica entre os jornalistas e comunicólogos em geral. O advento da televisão, entretanto, desencadeou uma série de mudanças no ramo da informação, como as imagens, que antes eram quase que decorativas. Hoje é vista – ainda que alguns se recusem – como parte da notícia, sendo difícil desligar uma coisa da outra. Os infográficos ganham mais espaço e importância dentro dos jornais e revistas de todo o mundo. O acidente do air bus 447 da Air France em Maio do ano passado, por exemplo, é o “boom” da infografia. Sem imagens diretas do vôo, os meios de comunicação, usam e abusam dos infográficos para transmitir as informações de forma simples e clara.

Essa nova cultura visual e imediatista atingiu o patamar mais elevado da comunicação: a internet. Com vídeos, textos e áudios em um mesmo recurso, o termo “multimídia” caracteriza o acesso da rede como informação e ganha mais usuários a cada ano. Tendo em vista este cenário, as grandes redações temem pelo futuro. O New York Times já deu o prazo de validade do jornal impresso: em 2040 não será mais publicada a edição impressa do mais influente jornal que passará a transmitir notícias apenas via internet para aqueles que assinarem o site. Recentemente, o francês Le Monde também reviu seus conceitos e lançará conteúdo exclusivo para plataformas on-line e dispositivos de leitura como o iPad.

Ainda com este pano de fundo, as escolas de comunicação se vêm obrigadas a oferecer matérias diferentes das tradicionais e enfatizar o ensino da informação nas novas mídias, que há muito estava adormecido. As novas diretrizes curriculares do curso de jornalismo expõem a necessidade de especialização das mídias digitais, antes ignoradas pelos MCMs clássicos. É preciso desprender da idéia antiga de que o jornal impresso é a fonte mais segura e eficaz de obter informação e, ao invés de fazer da rede uma inimiga, encará-la como aliada. O destino do impresso está definhando aos poucos e dando lugar para os blogs, redes de relacionamento e sites noticiosos. Se as empresas não se adequarem a esta nova realidade, será impossível sobreviver a estes progressos tecnológicos.

“A tendência na direção dessa consolidação já está provocando um forte impacto na indústria da mídia, de forma que precisa ser compreendida por qualquer um que planeje uma carreira nesse campo.”
Dizard, Wilson Jr. “Comunicação de Massa na era da Informação”. 2000. A Nova Mídia. Zahar. Rio de Janeiro

A internet está tão arraigada a nova rotina social que hoje é praticamente impossível fazer uma pesquisa sem o auxílio desta ferramenta. As enciclopédias estão aposentadas e a nova moda são os sites de compartilhamento de informações, como as Wikis. Em vista disso, ignorar a presença unânime da internet é um risco desnecessário. Boa parte das companhias de mídia tem explorado de forma lenta e insuficiente a rede como meio de comunicação e não cabe, no cenário atual, tampar os olhos para as novas tecnologias e fingir que não interferem na distribuição de informação contemporânea.



Clarisse Simão

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