quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O cerco está se fechando

Um assunto super atual e polêmico é a nova lei que proíbe fumar em lugares públicos, como bares, escolas, casas noturnas, shoppings centers e tantos outros. O tema gera controvérsias de fumantes e não-fumantes. Assim, como qualquer outro tema, há quem defenda e quem seja contra. A Lei Anti-fumo - como é popularmente conhecida - já foi aprovada em diversas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e agora em Belo Horizonte. Na capital minera, a lei ainda não entrou em vigor, mas está caminhando para isso.

Em linhas gerais, o cerco está cada vez mais apertado para os fumantes. Locais restritos, preços altos e desrespeito àqueles que optaram por um hábito, mesmo que não seja dos melhores.

Particularmente, tenho duas opiniões sobre o assunto: Como fumante e como cidadã. A primeira, obviamente, não me agrada a idéia de pagar R$ 4 ,25 por cada maço de cigarro - cerca de 3 por semana - e ainda ter que escutar que é o governo que paga as despesas de saúde para os fumantes. A segunda, como cidadã, acho certo haver limites sim. Afinal, a opção de fumar, foi minha e as outras pessoas não são obrigadas a se sujeitarem a isso.

No entanto, ambas as opiniões se fundem quando o caso chega um patamar elevando, onde apenas os não-fumantes são privilegiados. Ok, fumar não é legal. Já entendemos essa parte. Sempre criam leis para proteger quem não fuma dos males que a fumaça tóxica do tabaco de quem fuma exala. E quando vão criar leis para os fumantes? Com essa nova medida, nem área de fumantes em locais fechados será permitido, a não ser que haja uma parede impedindo a fumaça de entrar em contato com os outros clientes. Então é: ou para ou fica em casa? Por que, na teoria, pode funcionar muito bem a idéia dos fumantes terem que se deslocar à X metros de distância do estabelecimento para que não haja risco de inalação da fumaça, mas na prática, procuraremos lugares que sejam confortávelmente propícios para nós e que nos façam sentir bem-vindos, ou seja, atualmente nenhum.

Conforto. Esse é o X da questão. Ninguém quer entrar num bar, por exemplo, para relaxar e ter mais dor de cabeça do que teria se ficasse em casa fazendo o que bem entender. Só queremos ser respeitados como consumidores. Não pode fumar em locais fechados. Fine by me! Mas dêem a opção de poder ir à um lugar para se divertir e fumar confortavelmente.

Qual será o próximo ataque aos fumantes? Campos de concentração?

By the way, se nada der certo na minha vida, vou montar um bar só para fumantes. Não-fumantes não permitidos, e se forem, terão que conviver no ambiente sem direito a reclamações.




Clarisse Simão.

4 comentários:

Igor Todd disse...

É justamente disso que se trata: conforto.

A lei vai afetar tantos estabelecimentos? Em boa parte dos locais onde não se poderá mais fumar já não se podia fumar antes, não? Não é exatamente uma revolução na permissão ao fumo.

Os estabelecimentos com capacidade de se adaptar às novas regras do jogo tendem a ter uma modificação menos significativa no seu público. Quem não puder permitir o fumo em nenhum de seus ambientes tenderá a concentar não-fumantes. O contrário também é válido.

Mas isso tudo se a lei realmente "pegar".

Acredito que vá depender de como as pessoas responderão à lei. Seria mais saudável se a ALMG, ao invés de correr para aprovar algo, se aproveitasse dos resultados da lei em St. Pali para melhorá-la aqui em Minas. Como sempre, fomos com a corrente da vez, a anti-tabagista.

Continue com o blog. Se precisar de contribuinte, só chamar! :*

Marina Laterza de Paiva disse...

Apesar de não achar que a lei vai fazer muita diferença na vida das pessoas, eu concordo com ela e ponto.
Pode ser egoismo porque eu nao fumo, pode.
Mas nada mais certo do que isso.
Se a pessoa fuma e tá irritada porque naquele bar vai ter encheção de saco, vá pra um bar a céu aberto, onde ninguem vai ter o direito de achar ruim.
Mas em lugar fechado, independente de lei ou nao, sempre achei falta de respeito.

Acho que se voce abrir esse bar, vai ficar ricona... rsrs =]

Marina Laterza de Paiva disse...

Obs: super aprovo o campo de concentração, caso essa lei nao resolva =]

Igor Todd disse...

Desenvolvendo melhor a argumentação:

O não-fumante precisa ser protegido dos males causados pelos fumantes, correto?

O fumante precisa ser protegido do que?

Quem marginaliza o fumante não é a lei. São as pessoas, em resposta a um histórico de comportamento inadequado. Todo mundo tem uma história chata com um fumante que fumou onde não devia.

Se a galera precisava de um cerco sendo fechado para passar a respeitar a lei e quem não fuma, aí está.

Os fumantes, convenientemente, interpretarão a lei como uma supressão de liberdade. No entanto, é preciso preservar a saúde de quem não opta por destruir o seu sistema respiratório com o vício do cigarro.

Os fumantes precisam se colocar no seu lugar correto, que não é o de vítimas marginalizadas por uma maioria opressora, mas de minoria historicamente desrespeitadora da lei e do direito de não fumar, que é igual ao direito de fumar. Infelizmente, como a legislação anterior não era suficiente para que os fumantes respeitassem os não-fumantes, colhe-se o que se havia plantado.

Abraço!

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